Em consequência da segunda sessão da oficina de escrita orientada pelo Luís Chaves e promovida pela BMEL no âmbito do projeto Terra da Escrita, os alunos do 7ºD recriaram algumas lendas regionais, dando-lhe o seu cunho pessoal. Fica aqui o resultado desse trabalho:
A bruxaria
Há 100 anos, uma bela asiática foi viver para Marrocos. Não se sabia ao certo
onde vivia, mas suspeitava-se que fosse no velho e conhecido túnel de Marrocos.
Todas as semanas, ela ia ao mercado comprar o essencial para sobreviver. Quando
voltava para casa, alguns habitantes seguiam-na para descobrirem onde vivia,
mas em vão. Eles diziam que ela era bruxa e que se alguém entrasse no túnel,
sem autorização, transformava-se em pedra. Então, o rei mandou a guarda real à
sua procura, queria-a para ganhar as guerras e ficar mais rico, mas não havia
maneira de darem com o seu paradeiro, e ele começou a entrar em desespero.
Um dia, ele próprio foi à procura dela. No caminho, viu uma criança a chorar
porque a loja dos pais estava prestes a falir. Os pais não tinham dinheiro nem
para comer nem para pagar a renda da loja. O rei foi simpático e deu-lhes um
saco com dinheiro suficiente para pagarem todas as despesas.
Entretanto, o rei prosseguiu com a procura e acabou por encontrar o túnel.
Nesse momento, com medo, decidiu entrar. Confuso, verificou que não se tinha
transformado em pedra, como a lenda descrevia. Então, perguntou à bruxa:
- Bela senhora, porque não me transformei em pedra?
Ela respondeu:
- Você fez uma boa ação, e por isso tornou-se imune à petrificação.
Então, durante horas, conversaram, e o rei percebeu que afinal ela não era uma
bruxa, mas sim uma bela donzela simpática e com muita bondade.
A partir desse dia, o rei, finalmente, percebeu que ser rico e conquistar
muitas terras não iria trazer felicidade nem a ele nem ao seu povo e desistiu
do objetivo. Desde então, convidou a bela donzela para viver no castelo e
ajudá-lo com boas ações junto dos mais carenciados.
João Pedro MatosTexto a partir da lenda “A serra e a estrela”
Lenda do agricultor e da estrela
Um agricultor rico vivia numa aldeia alegre, tendo a companhia do seu cão e da sua neta. Ele gostava do horizonte e pensava um dia poder ultrapassá-lo.
Numa noite de luar, em que olhava as estrelas, apareceu uma que brilhava mais do que as outras. Ela sabia do desejo do homem de sair dali e comprar uma casa melhor do que a sua cabana.
A estrela nunca mais o abandonou. Até que chegou o dia do agricultor viajar.
Os habitantes da aldeia não concordaram com a ideia porque não queriam ter ainda menos gente naquele lugar.
O agricultor partiu com o cão e a neta numa viagem que durou anos. O homem estava ansioso por chegar ao seu destino e foi envelhecendo.
A meio da viagem houve uma tempestade, mas o agricultor não desistiu. Até que um dia, chegou ao seu destino, ao sítio perfeito para viver, no topo da Serra da Estrela, e ali ficaram todos juntos.
O rei da região, ao tomar conhecimento da história do novo habitante, mandou de imediato emissários com promessas de poder e fortuna em troca da estrela.
O agricultor respondeu-lhes que a estrela não era dele, mas sim do céu, e que nunca a abandonaria.
A lenda diz que, ainda hoje, do topo da Serra da Estrela é possível ver uma estrela que brilha mais do que as outras.
Bruna LadeiroTexto a partir da lenda “A serra e a estrela”
Um rapaz chamado Diogo vivia com os amigos numa vila divertida, mas muito pobre.
Como a terra era pobre, nunca tinham conhecido nada para além dela, por isso todos tinham o sonho de viajar e conhecer novos lugares.
O sonho do Diogo e dos amigos era viajar até à Serra da Estrela e poder ver e fazer jogos na neve, que na vila nunca tinham visto em grande quantidade.
Um grupo de homens ricos, vindo da vila vizinha, todas a semanas organizava um torneio individual de videojogos, mas nem Diogo nem nenhum dos seus amigos haviam ganho o torneio.
Um dia, lá na vila, foi anunciado que na semana seguinte o torneio não iria ser individual, mas sim de equipas, e que os vencedores receberiam um fantástico prémio de 500 euros. Logo, Diogo e os amigos decidiram formar uma equipa.
Na semana seguinte, ali estavam, prontos a competir contra a equipa que lhes havia calhado por sorteio. Lá fora, estava um grupo de pessoas à espera dos vencedores.
Passaram-se alguns minutos, o jogo tinha acabado e para grande espanto de toda a gente, Diogo e os amigos tinham ganhado o torneio, jogando sempre unidos e ajudando-se uns aos outros.
No final, receberam o prémio e puderam realizar o sonho de ir à Serra da Estrela.
João Pedro ToméTexto a partir da lenda “A serra e a estrela”
A lenda do Presidente que não desmaiou na Guarda
Há já alguns anos, um presidente da República chamado Cavaco
Silva sempre que ia comemorar o 10 de junho a uma cidade desmaiava a meio do
discurso, e a equipa da Cruz Vermelha tinha de o socorrer.
Nas comemorações do 10 de junho de 2014, na Guarda, os primeiros socorros para
o desmaio presidencial já estavam preparados, toda a gente esperava que caísse
para o lado a qualquer momento, mas isso
acabou por não acontecer.
No final do discurso, perguntaram-lhe porque é que ele não tinha desmaiado, ao
que Cavaco Silva respondeu que não desmaiara porque a cidade da Guarda tinha o
ar puro, um ar que jamais as outras cidades teriam.
Assim, quem tiver problemas respiratórios venha visitar a Guarda.
Francisco Monteiro Lenda não identificada
Na altura, os habitantes temeram o pior, pois os soldados começaram a disparar em direção ao casario do vale.
Em grande sobressalto, a maioria do povo acorreu à igreja e logo foi prometido, entre rogos e orações, que seria construída uma capela em honra de S. Diogo no local preciso em que a batalha acabasse.
Findo o sobressalto, o povo logo tratou de cumprir a promessa. Mas havia uma dificuldade: o local era muito escuro, o que dificultava a visão dos crentes.
Foi então decidido construir uma capela mais abaixo, no sopé da montanha, pois consideraram que o mais importante era cumprir a promessa.
Depois de erguida a capela e colocado o S. Diogo no altar, ocorria um estranho fenómeno, o S. Diogo desaparecia do templo e ia jogar futebol. E isto aconteceu tantas vezes que o povo se cansou e um dia fez um elevador entre a igreja e o campo de futebol.
Diogo AlmeidaTexto a partir da lenda “A capela de S. Lourenço”
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