TRADUTOR

sexta-feira, 25 de maio de 2018

Resultados da oficina de escrita - "eu, na pele de outro"

Como resultado da terceira sessão da oficina de escrita orientada pelo Luís Chaves e promovida pela BMEL no âmbito do projeto Terra da Escrita, os alunos do 7ºD criaram textos originais em que se colocaram na "pele" de um ser ou objeto. O resultado deste trabalho é aqui apresentado:

A viagem
Vinha eu bem apertadinho numa caixa branca e retangular e, chegando ao meu destino, fui colocado numa prateleira de vidro com luzes que faziam resplandecer a minha capa rosa, mesmo à entrada da loja. Eu era uma das melhores tecnologias que lá havia.
Passado algum tempo, depois de tanto me tocarem e apreciarem, fui posto noutra prateleira onde estavam outros como eu: um Iphone, um Huawei e um Samsung.
Certo dia, numa manhã ao abrir da loja, entrou uma senhora bonita e elegante que, ao passar pela prateleira onde eu me encontrava, se interessou por mim, olhou-me atentamente e levou-me para o balcão. Eu ia ser comprado! Senti-me bem por satisfazer com a minha tecnologia e rapidez.
Érica Silva


A bola

Era uma vez um menino chamado João Tomé que jogava no G.C.R. Casal de Cinza. Esse menino tinha uma bola e dentro da bola estava lá eu. Era dia de jogo…
O jogo ia começar, as equipas de Casal de Cinza e do Sabugal entraram em campo e eu senti muito medo. Então, o João pegou em mim e colocou-me mesmo no centro. O árbitro apitou e deu início ao jogo. Eu comecei a rodar e a ser chutada de um lado para o outro.
No final da primeira parte, o jogo estava empatado. Depois do intervalo, os jogadores entraram em campo para jogar a segunda parte, era necessário desfazer esta igualdade. Então, o João pegou em mim e foi fintando os jogadores até que chegou à baliza e fez golo. Estava a um minuto do fim e o João, mais uma vez, driblando todos os que lhe apareceram pela frente, dirigiu-se à baliza e marcou outro golo. Naquele momento, o árbitro apitou, dando o jogo por terminado e agarrou em mim. 
Foi uma alegria total, o Casal de Cinza venceu e com esta vitória tornaram-se campeões. Todos foram festejar. 
O dia terminou, cada um foi para casa e o João levou-me consigo, muito contente por ser campeão e pensando “Esta bola dá-me sorte!”. Dentro da bola estava eu a dormir, muito cansado depois de toda a agitação vivida. 
Quando acordei vi que era só um sonho!
Leandro Soeiro

Anel de noivado                                             
Ontem foi o melhor dia da minha vida. Estava eu muito bem na loja a ser limpa pelo dono, quando o Simão entrou, andava à procura de um para se casar com a mulher da sua vida. 
O Simão era alto, magro, com cabelo castanho claro, olhos azuis e óculos. Ele ia convidar a Maria para jantar, depois ia pedi-la em casamento e, de seguida, ia pôr-me no seu dedo. Ela era uma rapariga alta, magra, bonita, com cabelos pretos compridos e com olhos castanhos.
No final do jantar, o Simão tirou-me do bolso e fez o pedido, a Maria, muito feliz, aceitou casar com ele. Então, quando me ia pôr no dedo, deixou-me cair e comecei a rebolar pelo chão, até que bati na perna de uma mesa e fui parar num cantinho bem escondidinho. O Simão bem correu atrás de mim, mas, como estava sem óculos, não conseguiu ver- me.
Horas depois, alguém me encontrou, reparei que era o dono da loja. Levou-me para lá e pôs-me novamente à venda. 
Este foi o melhor dia da minha vida! 
Beatriz Santos

Garrafa de água
Era um novo dia! Depois de ter passado a noite a passar de camião para carrinha e de carrinha para camião, sempre na mesma caixa, cheguei à escola Carolina Beatriz Ângelo.
Estava tudo muito escuro e havia vários alimentos para além das minhas amigas garrafas. De repente, os estores começaram a abrir e uma intensa luz iluminou o bar inteiro.
Estavam a começar as vendas!!
Alguns minutos depois, uma fila enorme surgiu na frente do balcão do bar e os alimentos começaram a desaparecer, inclusive, as minhas amigas garrafas.
De repente, agarraram em mim e colocaram-me no balcão e, rapidamente, fui agarrado por um miúdo do 7º ano que saiu a correr do bar.
Lá fora, fui aberta e a água que estava no meu interior rapidamente desapareceu e fiquei vazia.
Quando dei por mim, estava eu a ser projetada violentamente pelo chão e o rapaz e os seus amigos estavam a dar-me pontapés como se fosse uma bola, até que a dona Deolinda saiu do bloco e eles esconderam-se.
Fui levada para o lixo e foi lá que passei a noite toda, até que o dia chegou…
Era tudo um sonho!
João Tomé

O gancho de cabelo
Eu tinha acordado diferente, porém o que me deixou mais preocupado foi aperceber-me de que não estava na minha cama, mas sim na minha mesa de cabeceira. Estava a tentar resolver este enigma, olhando para todo o lado, quando do nada alguém pegou em mim e pôs-me no seu cabelo.
Eu conseguia ouvir e ver, mas estava tonto! Descobri que o cabelo era de uma rapariga, quando li num poster grande por cima da cama “Este quarto é da Catarina”.  
Mais tarde, quando ela estava na aula de Ciências a ver um filme sobre o meio ambiente, de que eu também estava a gostar, fui surpreendido com alguém a mexer na cabeça da Catarina, gesto que me fez cair ao chão. Rapidamente, ela apanhou-me e limpou-me carinhosamente. Nesse momento, percebi que ela gostava muito de mim e, assim, senti que não queria separar-me dela. Dia após dia, permaneci sempre junto dela, ia às aulas, à cantina e até ao ballet.
Certo dia, quando as aulas terminaram, depois do almoço, ela foi para casa e quando me tirou do cabelo, caí para um canto ao fundo da cama, mas a Catarina nem conta deu!

Fiquei na esperança de que ela voltasse para me vir buscar, mas acabei por adormecer com o cansaço. Quando acordei, a rapariga estava muito nervosa e preocupada à minha procura. Depois de tantas voltas lá acabou por me encontrar. Finalmente, a Catarina, antes de ir para a cama, colocou-me bem visível na sua mesinha de cabeceira.
João Matos


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