Ana Carolina e Gabriela
Ana Carolina e Gabriela
Era uma vez um Lobo Mau que se achava capaz de comer todos
os animais, Capuchinhos Vermelhos e avozinhas muito duras. Ele dizia querer ser
pior e que o escritor lhe tinha dado cabo da reputação.
Antigamente ele sonhava ser tigre e ter os dentes afiados
para quando abrisse a boca toda a selva tremer. Um dia, disse ao pai que queria
ser tigre, o pai riu-se dele e disse-lhe que se deixasse de sonhos e que era
melhor pensar no futuro.
Passado pouco tempo, o pai levou-o à casa de um escritor, que
estava em crise, sem ideias, sem inspiração e sem vontade de escrever. Este
escritor era velho, olhou o Lobo de cima a baixo, agarrou nele e colocou-o no
livro em estava a trabalhar. Quando escrevia soltava espirros que sujavam o Lobo.
O escritor foi rápido a escrever o livro, porque o Lobo comeu uma avó e depois
veio um lenhador que lhe abriu a barriga com uma faca.
Com a história terminada, o escritor mandou fazer as
ilustrações na tipografia, mas o Lobo não gostou, dizia que não era ele.
Com o livro já nas prateleiras da biblioteca, o Lobo
continuava a achar a sua vida uma pasmaceira. Cada vez que alguém abria o
livro, o Lobo tinha de representar a história do Capuchinho Vermelho. Cansado
de representar a história tantas vezes, o Lobo decidiu abandonar o livro e o
escritor.
Assim que conseguiu fugir, ele começou a andar pelo mundo,
queria ser um Lobo Mau e queria arranjar companheira para construir família.
A vida do Lobo não correu bem. Ele procurou o bosque mas
encontrou uma cidade cheia de trânsito. Também encontrou uma menina que ele
queria assustar mas não conseguir. Ela até lhe deu carinho e o Lobo voltou a
fugir. De seguida, encontrou um cientista que era amigo do ambiente e lhe disse
que era um animal em vias de extinção. Mais uma vez o Lobo não gostou. Então, o
Lobo resolveu voltar para as histórias, pois sempre assustava os leitores e
mantinha a sua identidade.
João Varandas
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